NAÇÃO ZUMBI E OTTO
Existe uma linha tênue que separa a realidade das mais alucinantes fantasias e, em poucos momentos podemos notar a transição entre estes dois mundos.
No ultimo sábado fomos presenciar o ritual que a Nação Zumbi levou ao palco da AUDIO CLUB, na Barra Funda. E adianto que não são todos os dias que se vê um show desses.
A noite começou com o gente boníssima Otto, sensualizando em todos os possíveis sentidos do corpo, tirando a camisa, colocando novamente para tirar outra vez, rebolando (como sempre) e fazendo uma ótima apresentação, dessa vez sem muitas intervenções no decorrer das musicas, o que tornou seu show muito mais sólido e gostoso. Otto é o tipo de figura que sabe subir, se manter e descer do palco com brilho.
Após Otto, o público, afoito, aguardava os também pernambucanos da Nação Zumbi. Só não tenho certeza de que todos sabiam que o que estava por vir era transcendental, uma longa viagem às mais estranhas terras virgens da mente.
Jorge Dü Peixe, Lúcio Maia, Dengue e seus comparsas entraram no palco sob os gritos eufóricos e o calor de um público empolgadíssimo. E mostraram que por mais difícil que seja para uma banda desse teor fazer um grande show em ambientes fechados, não é impossível. Por mais que fosse difícil escutar com clareza a voz de Jorge em algumas partes da casa, isso não fez ninguém esfriar.
Tanto Otto quando a Nação interepretaram “A Rolinha”, um dos grandes sucessos que se formou na voz de Selma do Coco, que havia falecido naquele dia, horas antes da apresentação dos artistas, no Recife.
O show passou por diversos ápices, como em “Da Lama Ao Caos”, canções do disco "Fome de Tudo", do mais recente "Nação Zumbi", entre muitos outros sucessos, mas foi a partir de “Manguetown” que todos ficaram inquietos, assim como o grande guitarrista Lúcio Maia, que sempre puxa o público e as canções.
Após a clássica saída da banda do palco, voltaram para fechar com “Quando a Maré Encher” e tornar o público ainda mais alucinado.
Em suma, a Nação Zumbi é o tipo de banda que consegue entrar em nossas mentes, em qualquer situação, e movimentar ideias com desmedida maestria.