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Foto do escritorPor Dimitry Uziel

Violeta de Outono


Pense numa pequena sala derretendo ao som de guitarras ácidas e melodias etéreas, então entenderá o que ocorreu ontem, no Centro Cultural São Paulo, com Violeta de Outono. Mais do que apropriado para a abertura do Sintonia do Rock 2014.

19h30 de 03 de julho de 2014

A fila já ultrapassava um número avantajado de pessoas muito mais que ansiosas, degustando de suas cervejas entre conversas empolgadas e gargalhadas.

É sabido que uma pequena parte do público que venerou a cultuada banda Violeta de Outono, por um longo período, foi formado por Darks. Mas, ali, no CCSP não se via pessoas trajando o velho visual “preto-carregado”. Era um público que, provavelmente, já havia passado por essa fase, ou, nem isso. O que se pode presenciar ontem era um público sedento por um bom e esperado show. E, aposte que ninguém saiu decepcionado.

É difícil falar de um show que, particularmente, foi tão esperado. Pois, em todos os shows do Violeta que tentei ir, fui barrado na cara da porta devido à lotação dos espaços em questão.

Em 2012, o Violeta ressurgiu com o disco “Espectro”, álbum muito bem recepcionado. Mas, ontem não se tratava de uma apresentação que divulgaria exclusivamente esse disco. E sim uma banda que vem fazendo poucos e bons shows disputados pelo público.

20h30

A sala Adoniran Barbosa já se encontrava devidamente cheia; pessoas de pé, pessoas confortavelmente sentadas no chão e, por ser palco arena, a parte de trás possuía até fãs dançando loucamente, como se fizessem parte de uma “intervenção alucinada”, criando grandes sombras no telão de projeções psicodélicas, lembrando o clipe de Earth Intruders, da Bjork.

A banda foi entrando rapidamente sob carinhosos aplausos (Gabriel Costa no baixo, José Dinola na Bateria e Fernando Cardoso nos teclados), Fabio Golfetti (voz e guitarra) — também guitarrista da banda Gong —, foi recepcionado com fortes aplausos calorosos ao subir no palco. Então, eis o início da viagem.

Dia Eterno, Vênus, Blues, Algum Lugar (música do último disco, Espectro), Cartas e Fronteiraforam as canções que abriram o primeiro set. Uma releitura de uma carreira de mais de 30 anos. E, assim prosseguiu a “trip”.

O segundo Set veio ainda mais psicodélico, com versões de Pink Floyd e Syd Barrett. Arnold Layne, No Good Trying, Flaming, See Emily Play, Octopus, Baby Lemonade, Gigolo Aunte Astronomy Dominé fizeram desta parte do show algo ultra transcendental.

O encerramento ficou por conta de Tomorrow Never Knows (da melhor fase dos Beatles), que na voz de Golfetti e sob a responsabilidade de Fernando, Gabriel e José Dinola, ficava evidente que versões podem ser melhores que as originais.

É importante falar da sonoridade e iluminação da Sala Adoniran Barbosa. Em momento algum deixou à desejar, impecável em distintas localidades, transformando aquela deliciosa experiência em um deleite fabuloso.

Em suma, quem presenciou o show de ontem, sabe do que estou falando. Ácido, hipnótico, transcendental. Digno de uma verdadeira apresentação da lendária Violeta de Outono.

Set List

Dia Eterno

Vênus

Blues

Algum Lugar

Cartas

Fronteira

Arnold Layne

No Good Trying

Flaming

See Emily Play

Octopus

Baby Lemonade

Gigolo Aunt

Astronomy Dominé

Lucifer Sam

Bike

Tomorrow Never Knows

 

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