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BEACH FOSSILS (EUA) no Sesc Belenzinho
Formada em 2009, no Brooklyn e trazida pelo Espaço Cultural Walden, a banda nova-iorquina, Beach Fossils, pisa pela primeira vez em solo brasileiro. Depois de algumas tentativas, sem sucesso, destes e de outros organizadores para trazer o grupo ao Brasil em 2012 e no início de 2013, enfim aconteceu. Mas, ainda assim, não foi tarefa fácil. Após todas as datas fechadas para a turnê brasileira, um problema inesperado surgiu: a banda pediu o adiamento do show em uma semana (exatamente a data do show do SESC). O motivo alegado foi: falta de tempo hábil para chegar ao Brasil na data de 28/09. Isso ocorreu, pois estava vindo de Auckland, Nova Zelândia e, de acordo com as datas e os voos, não conseguiriam chegar a tempo. Porém, possíveis alterações na viagem da banda foram conquistadas, e tudo correu bem.
Bom... Cá estamos.
SESC Belenzinho, em plena a noite gélida de sábado e, como se fosse um clichê, a garoa fina também estava presente. Porém, isso não se tornou uma barreira para os fãs.
Chegamos cedo, quase duas horas antes de iniciar o show, o que foi muito favorável, para nós e todos que também se anteciparam, pois, além do ao vivo, o SESC recebia a exposição do magnifico Sebastião Salgado, belíssima exposição que se dividia em vários setores, um deles ao ar livre, com imensas imagens.
20h30min
As portas para a comedoria do SESC, enfim, foram abertas ao público. O show estava marcado para as 21h30min. As pessoas foram chegando devagar, muitas ainda paravam na “banquinha” para comprar o material da banda. Vale lembrar que o Beach Fossils acabava de voltar de uma pequena turnê que passou pela Austrália e Nova Zelândia, lá todo o material foi vendido, assim, a própria banda teve que comprar mais CDs e LPs para poder revendê-los nos shows daqui. Pois não haveria como encomendar do selo e chegar a tempo.
21h30min
Pontualidade britânica, — mas nem tanto da banda. O SESC faz com que todos os shows sejam regrados no horário (ponto positivo) — a banda de Brooklyn sobe ao palco, um pouco tímida, talvez, mas essa timidez se perde rapidamente com a euforia do público e seus sorrisos felinos que demonstravam receptividade. O culto começa com Calyer, música do EP de 2011 – What a Pleasure.
O som vem ficando pesado com o passar dos minutos. A bateria não nega certa influência do Post-Punk. E, as pessoas vão se rendendo ao ritmo e às distorções.
Se o quarteto é mais limpo e cristalino nos álbuns de estúdio, na noite de 28 de setembro de 2013 pude certificar de que lá, sobre o palco, é bem mais sujo. E isso não é ruim, muito pelo contrário, enriqueceu consideravelmente o trabalho deles.
Na décima canção, Clash the Truth, Dustin Payseur desceu do palco e cantou no meio do grande público que lotava o SESC Belenzinho, como uma festa de amigos, esbanjando simpatia, ou se deleitando de pura diversão jovial, talvez os dois.
O guitarrista Tommy Davidson — uma cópia adolescente de Mike Patton, do Faith No More (rs) —, não dispensava as oportunidades de performances e volume para sua guitarra. Já Jack Doyle, o baixista queria mesmo era ouvir os ruídos do seu instrumento em alto e bom tom, quase um combate com o baterista Tommy Gardner.
Após 13 músicas, mesclando os dois álbuns (Beach Fossils – 2010 e Clash The Truth – 2013) e alguns Singles e EPs, a banda finalizou o Bis com Twelve Roses, na intenção de enlouquecer mesmo aquela noite fria de sábado, quase sete minutos no total, mas apenas dois minutos de música, o restante foi de puro e belo ruído entre declamação (combinação perfeita).
Em suma, os garotos de New York fizeram a lição de casa, e mostraram como se portar no palco como uma nova banda de Rock; barulho, harmonia e dedicação ao trabalho.